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Movida por vexame, CBF prepara mudanças na seleção

Data da notícia: 09/07/2014
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O vexame histórico da goleada sofrida diante da Alemanha, por 7 a 1, na semifinal da Copa do Mundo, levou a CBF a preparar um pacote de mudanças na seleção brasileira - e até em outros cargos da entidade. Nenhuma decisão, no entanto, será anunciada antes da disputa do terceiro lugar, no sábado (12), em Brasília.

[IMG]http://www.correiopopular.net/LKN/Minhas Imagens/20140710-181.jpg[/IMG] O jogo entre Brasil e Alemanha ainda estava em curso, e os aliados da cúpula da confederação já pressionavam por uma "mudança geral" no comando da seleção. José Maria Marin e Marco Polo Del Nero - respectivamente o presidente da CBF e seu sucessor já eleito - ouviram muita gente pedir a queda de Luiz Felipe Scolari e de sua comissão técnica.
Há quase um consenso de que Tite (ex-Corinthians) é o nome ideal para substituir Felipão. Na CBF, há a ideia de Alexandre Gallo dirigir a seleção olímpica (sub-23, com possibilidade de três reforços mais velhos) nos Jogos de 2016, que serão no Brasil.
A pressão vem do mesmo lugar de onde até ontem só vinham elogios e pedidos - pedidos de ingressos para jogos da Copa, de ajuda financeira, de todo tipo, enfim. Em 16 de abril, Del Nero foi eleito presidente da CBF para o período entre 2015 e 2019 - a votação, da qual participam presidentes de clubes da Série A e das 27 federações estaduais foi praticamente uma aclamação.

Terceiro lugar vale
Antes do início da Copa, Marin e Del Nero procuraram Felipão para dizer que queriam sua permanência à frente da seleção "seja qual for o resultado". O técnico respondeu que sua prioridade era o Mundial e que depois conversariam.
Felipão hoje está mais preocupado com a disputa do terceiro lugar. O técnico vê no jogo a ser disputado em Brasília uma chance de resgatar em alguma medida a imagem e o orgulho do time. Por outro lado, vê o risco de a situação piorar ainda mais - por isso se preocupa tanto.
O treinador se inspira na Copa de Alemanha. Na ocasião, os anfitriões também caíram nas semifinais, para a Itália. Felipão participou daquela decisão de terceiro lugar, em Stuttgart, porque era técnico de Portugal. Viu a cidade fazer festa, a Alemanha jogar bem, ganhar por 3 a 1 e terminar a Copa de maneira digna, de bem com a torcida.
A diferença é que a Alemanha perdeu a semifinal nos momentos finais da prorrogação, quando todo o estádio em Dortmund já esperava os pênaltis. E o Brasil foi humilhado desde os minutos iniciais no Mineirão.

Seleção paga preço por treinar pouco
Não foi por falta de ambição que o Brasil deixou a Copa do Mundo melancolicamente. Embora apáticos no vexame contra a Alemanha, os jogadores desejavam muito a conquista do hexacampeonato. Não faltou vontade, mas faltou futebol. Durante todo o Mundial a Seleção teve dificuldades para mostrar organização em campo. Enquanto teve condições físicas, Neymar carregou a equipe até onde conseguiu. No único jogo sem seu camisa 10, o Brasil desabou.
Felipão tentou, sem sucesso, convencer que o desempenho era semelhante ao da Copa das Confederações e acreditou que a equipe cresceria durante a competição. Para isso, no entanto, precisava treinar. Sobrou papo, psicologia e descanso. Faltou treino.
A Seleção estreou na Copa do Mundo com somente três coletivos e seis atividades táticas realizadas nos 17 dias de preparação na Granja Comary, além de dois amistosos contra Panamá e Sérvia. Durante a Copa, o número de treinos caiu consideravelmente. Preocupado em preservar os titulares de qualquer tipo de desgaste ou lesão, Scolari optou por trabalhos mais leves e uma prioridade: descanso, descanso e mais descanso.
Em determinado momento, o treinador chegou a modificar a programação do Brasil para que ele e os jogadores pudessem assistir aos jogos da Copa do Mundo. Para isso, cortou um período de atividades, que passaram a ocorrer predominantemente pela manhã.
O período que antecedeu as quartas de final foi emblemático. Após jogar contra o Chile em uma sexta-feira, os titulares só voltaram a campo na outra terça. Além da folga no sábado, os principais jogadores não treinaram domingo e segunda.
Na mesma fase, por exemplo, a Holanda trilhou o caminho oposto. Após eliminar o México no sábado, em Fortaleza, os titulares foram a campo treinar no Rio de Janeiro, no domingo.
Felipão confiava que o Brasil repetiria o desempenho da Copa das Confederações. Um time competitivo, com jogadores na ponta dos cascos, e um craque genial como Neymar. A confiança era tão grande que o discurso sobre o favoritismo às vezes soava exagerado. Scolari tratava o hexa como obrigação. Parreira chegou a dizer que somente uma tragédia tiraria o título do Brasil. E tirou.

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